Isomalte

O isomalte é um adoçante sem açúcar de sabor excelente. Produtos elaborados com isomalte são iguais aos com açúcar em textura e aparência. Derivado do açúcar, os benefícios à saúde e a estabilidade fazem do isomalte um ingrediente versátil e valioso para inúmeros produtos farmacêuticos e alimentos com calorias reduzidas.

Descoberto na década de 1960, o isomalte é feito a partir da sacarose e sua aparência é a do açúcar de mesa: branco, cristalino e inodoro. O isomalte é uma mistura de dois álcoois dissacarídeos: glicomanitol e glicossorbitol.
Tem sido usado desde há vários anos em produtos como balas, caramelos, gomas de mascar, chocolates, produtos de panificação, suplementos nutricionais, pastilhas para tosse e garganta. Desde o início da década de 1980 está disponível na Europa e atualmente é usado em muitos produtos em mais de 70 países em todo o mundo.

O isomalte oferece benefícios que se adaptam a estilos de vida que mudam constantemente e a modernas diretrizes para dietas saudáveis. Amplia as opções alimentícias para o crescente número de pessoas que gostariam de introduzir aprimoramentos moderados, mas não extremos, em sua dieta. É ideal para consumidores que queiram adotar um estilo de vida mais saudável, como adotar, talvez, uma dieta sem açúcar, e ainda ser capaz de desfrutar suas sobremesas favoritas, doces e outros alimentos doces, ocasionalmente, como parte de refeições ou lanches.

Isomalte

  • Feito a partir do açúcar
  • Usado em grande variedade de alimentos, nutracêuticos e produtos farmacêuticos
  • Oferece o sabor e a textura do açúcar
  • Sinérgico com outros adoçantes
  • Contribui com, no máximo, duas calorias por grama
  • Não provoca cáries
  • Não aumenta os níveis de glicose ou insulina no sangue

Como o isomalte é produzido?

O processo de duas etapas começa com a sacarose. Primeiro, uma enzima reorganiza a ligação entre a glicose e a frutose na sacarose. Na segunda etapa, duas moléculas de hidrogênio são adicionadas a uma de oxigênio na parte da frutose do dissacarídeo. Aproximadamente metade da parte da frutose do dissacarídeo original é convertida em manitol e cerca de metade da parte da frutose do dissacarídeo original é convertida em sorbitol. Portanto, o isomalte contém dois álcoois dissacarídeos diferentes: glicomanitol e glicossorbitol.

As alterações moleculares que ocorrem nessas etapas dão mais estabilidade química e enzimática ao isomalte do que tem a sacarose. A estabilidade do isomalte é a razão dos muitos de seus benefícios à saúde e à grande variedade de produtos que pode melhorar.

Como o isomalte é usado?

Além das características que resultam do volume e da textura do isomalte, este pode ser aquecido sem ser quebrado nem perder o seu sabor doce. Com base nessas características, é predominantemente usado em produtos cozidos, assados ou submetidos a temperaturas mais elevadas.

Como quase não absorve água, os produtos com isomalte em sua receita praticamente não ficam pegajosos. Isso significa que doces, por exemplo, podem ser colocados em pacotes sem necessidade de embalagens individuais, um atributo conveniente e atraente para os consumidores que se preocupam com o meio ambiente. Como os produtos não absorvem unidade, têm maior validade e esta é outra vantagem dessa propriedade.

O isomalte aumenta a transferência do sabor dos alimentos. Dissolve-se mais lentamente na boca e, assim, os doces com isomalte têm um sabor mais duradouro. O isomalte não tem o efeito de “resfriamento” muitas vezes indesejado de alguns outros polióis. Suas propriedades sensoriais fazem do isomalte um excelente ingrediente para doces, chocolates, produtos de panificação e outras aplicações aromáticas, como doces com sabor de frutas, café e chocolate.

O poder edulcorante do isomalte depende da sua concentração, temperatura e forma do produto no qual é usado. Se usado sozinho, contribui com 45% a 65% da doçura que resultaria da mesma quantidade de sacarose.

Uso de vários ingredientes

Muitas vezes, o isomalte é usado com adoçantes intensos. O isomalte dá volume, textura e doçura suave aos produtos, enquanto o adoçante intenso traz o nível de doçura até o que seria o do açúcar, se fosse usado. Uma vantagem adicional desse uso combinado é que o isomalte tende a mascarar o sabor amargo após a ingestão de alguns adoçantes intensos. Efeitos sinérgicos no poder adoçante ocorrerem quando o isomalte é combinado com adoçantes intensos ou outros adoçantes que forneçam consistência.

Como o organismo usa o isomalte

O isomalte, como todos os polióis, é um carboidrato de digestão lenta, sendo apenas parcialmente digerido no intestino. Na parte inferior do trato intestinal, a parte não absorvida é metabolizada pelas bactérias do cólon.

As características fisiológicas do isomalte são um resultado deste processo: o isomalte não provoca cáries, afeta muito pouco o nível de glicemia (resposta glicêmica baixa, baixo índice de glicemia), age como fibras dietéticas no intestino e tem apenas metade do valor calórico da sacarose.

Benefícios

Baixo valor calórico: para fins de rotulagem de alimentos nos Estados Unidos, definiu-se o valor energético de apenas duas calorias por grama para o isomalte. O menor valor calórico do isomalte deve-se parcialmente ao fato de que as enzimas intestinais não são capazes de hidrolisar facilmente seu vínculo de dissacarídeo mais estável. Quanto menos é digerido, menos será absorvido do intestino delgado para o sangue, e isso acontece lentamente.

Oferece suporte à saúde intestinal: ficou comprovado que a ingestão diária de 30 g de isomalte promove o aumento das bactérias “boas” no intestino grosso, as bifidobactérias, demonstrando o seu efeito prebiótico. A propriedade do isomalte de ligar-se a moléculas de água pode influenciar a estrutura do conteúdo do intestino, tornando-o mais macio. Se a consistência das fezes for demasiado macia, poderá ser regulada, pela redução do consumo e aguardando algum tempo para adaptação. Como as fibras dietéticas, o isomalte é quebrado pelas bactérias do intestino em ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e gases. Os AGCC têm a vantagem de diminuir a acidez no intestino grosso e alguns são descritos como benéficos para um epitélio saudável do intestino grosso.

Menos risco de cáries dentárias: O isomalte é anticariogênico, porque as bactérias bucais não conseguem convertê-lo imediatamente nos ácidos que provocam cáries. Portanto, as condições ácidas que levam à desmineralização do dente não se desenvolvem após o consumo de isomalte, como ocorre após a ingestão de açúcar e outros carboidratos fermentáveis. Além disso, o isomalte não pode ser convertido por bactérias bucais em poliglicano, substância a partir da qual a placa dental é sintetizada.

O isomalte pode ajudar a reparar lesões iniciais de cárie dentária. O seu sabor doce estimula a produção de saliva, reduzindo assim a acidez e aumentando os níveis de cálcio na superfície do dente. Essas alterações facilitam a remineralização das áreas já danificadas por condições ácidas na boca devido ao consumo de carboidratos fermentáveis.

A Agência Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA permite aos fabricantes de produtos sem açúcar com isomalte fazer a afirmação de saúde “não provoca cáries”, se esses produtos não reduzirem o pH da placa para menos de 5,7 durante ou até 30 minutos após o consumo.  Em muitas outras partes do mundo, os produtos adoçados com isomalte podem trazer no rótulo a afirmação “não prejudica os dentes”.

Resposta muito lenta à elevação da glicose e insulina no sangue: devido ao metabolismo acima descrito, o isomalte tem influência mínima na glicose ou insulina no sangue após ingestão, como demonstrado em vários estudos, e é por isso que o seu índice glicêmico é baixo. O isomalte é um ingrediente, uma ferramenta útil na dieta total, que pode contribuir para fornecer produtos de baixo índice glicêmico a consumidores interessados neste benefício para a saúde. Em especial, os consumidores em tela são os que se interessam em um estilo de vida saudável (controle e prevenção da obesidade, diabetes, etc., em “dieta de carboidratos reduzidos”). Muito do que já foi comprovado nos mostra que uma dieta de baixo índice glicêmico pode ajudar no controle e na prevenção da obesidade, do diabetes e das doenças cardiovasculares.

Status regulatório

O isomalte está aprovado em mais de 80 países, incluindo a UE, os EUA, Japão, Austrália, Nova Zelândia, países do Leste Europeu e em muitos países asiáticos e sul-americanos.   Como exemplo, o isomalte tem sido usado nos Estados Unidos desde 1990. A sua comercialização nos Estados Unidos é feita pelas empresas Beneo e Cargill Inc.

O Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da OMS/FAO avaliou a segurança do isomalte e concluiu que não há necessidade de um limite numérico para ingestão diária aceitável (IDA). O JECFA estabeleceu uma IDA “não especificada” para o isomalte, a categoria mais segura na qual um ingrediente alimentício pode ser incluído.